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Este Blog tem a intenção de registrar e compartilhar as minhas práticas pedagógicas, além de me fazer (re)ler, interpretar e (re)escrever a minha história profissional.

sábado, 21 de julho de 2012

Professor, eterno aluno II

Nada do que foi será. De novo do jeito que já foi um dia.

Retomo minhas experiências no curso Práticas Educacionais Inclusivas, turma 7,  parafraseando a música Como uma onda, de Lulu Santos. Essa música traduz exatamente meu percurso e remete meus sentimentos durante as minhas leituras que provocaram as mesmas indagações em todos os módulos e capítulos: ”Nunca pensei nisso antes... E por quê? ”

Tudo passa. Tudo sempre passará.

 

Esses porquês fizeram-me retomar ao passado a fim de refletir a qualidade da minha formação inicial, a começar no módulo 1, capítulo 1: “Não me recordo da cronologia histórica da Educação Especial. Será que tive esta aula? “

 

A vida vem em ondas como um mar. Num indo  e  vindo  infinito.

 

Em relação às formações continuadas, este curso Práticas Educacionais Inclusivas, foi o primeiro que cursei da área da Educação Especial. Informo que a falta de oportunidade nunca foi e nem é o motivo, ao contrário, sempre nas ofertas da Secretaria Municipal da Educação eu dava prioridades a outros tipos de cursos por de repente acreditar e minimizar a Inclusão apenas ao fato de aceitar o aluno e dar atividades adaptadas. Hoje sei que não é exclusivamente isso. Incluir não é somente aceitar a presença de alunos com e sem laudo, mas precisamente acreditar que o que temos em comum é que somos diferentes, que não aprendemos ao mesmo tempo e que não temos as mesmas habilidades.

São essas diferenças que nos une e nos complementa. Nossa tutora, ao conduzir com excelência a turma 7, exercitou a teoria estudada, evidenciando ao grupo por meio de bate-papo, correio e fórum o respeito a cada integrante na sua individualidade,  nos fazendo capazes de manipular com segurança o ambiente TelEduc e principalmente executar as tarefas propostas. Creio que se ela não tivesse tido essa postura contextualizada a teoria, hoje eu não  estaria fazendo este relato.

Aproveito o espaço e registro aqui para as professoras Vera, Sandra e em especial Kátia, meus agradecimentos pela oportunidade, aprendizado, paciência e disposição em compartilhar seus conhecimentos e experiências. Também registro minhas desculpas pela falta de pontualidade em algumas situações e perdão pelos meus equívocos.

 

Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo. Tudo muda o tempo todo no mundo.

 Amparada na teoria da Psicologia Histórico-Cultural, as leituras e as interações me fizeram estar numa zona de desenvolvimento proximal.  As citações do módulo 3, especificamente no texto Projeto Político Pedagógico na Perspectiva da Educação Inclusiva evidenciam tal sensação: “A inclusão escolar só se efetivará com qualidade, se medidas administrativas e pedagógicas forem tomadas pela equipe gestora do sistema e da escola. ”  ,“Os diretores escolares são peças-chaves no contexto sociopolítico para garantir a implementação de uma escola inclusiva.” e  “ (...) que o diretor seja um membro de apoio com a qual professores, funcionários, alunos e comunidade possam efetivamente contar.”. Tais afirmações me fizeram (re)pensar numa ótica que causou-me certo estranhamento; talvez por atribuir de forma camuflada que eu mesmo não fazia a inclusão do diretor nesse processo de inclusão escolar, transferindo diretamente de forma única e exclusiva a responsabilidade da prática da inclusão para nós professores, o que é um equívoco.

Os Estilos de Aprendizagem, a Tecnologia Assistiva, a Flexibilização Curricular e o Ensino Colaborativo foram conceitos novos, desconhecidos, mas que fragmentos da sua essência já se faziam presente na minha prática, por sempre buscar conforto e orientação de ações pedagógicas nas colegas especialistas da Sala de Recurso. Uma espécie de fazer, mas sem saber o que fazia.

Não adianta fugir, nem mentir
Pra si mesmo agora. Há tanta vida lá fora. Aqui dentro sempre.

 

Lendo e refletindo os conceitos abordados no texto “Fundamentos para uma educação na diversidade” endosso que a retomada de certos conceitos deve ser frequente no cotidiano escolar, metaforicamente como uma onda...

 

Como uma onda no mar.

 

É aquela questão de que o óbvio tem que ser dito sempre, e principalmente quando nós professores, de forma imperceptível, demarcamos as possibilidades de desenvolvimento com o uso de atividades que sinalizam mais as impossibilidades dos que as possibilidades dos alunos.
Quando o texto oferece como exemplo as exposições estereotipadas de culturas diferentes, o autor evidencia com clareza a realidade das escolas. É intrigante falar sobre a diversidade cultural uma vez que somos genuinamente oriundos de uma cultura multirracional! O que temos em comum é o fato de sermos diferentes e essas diferenças envolvem vários aspectos: social, intelectual, físico, afetivo e também profissional.

Como uma onda no mar.

A Ética tratada em um dos módulos fortaleceu uma opinião particular de que ela não é algo que pode ser ensinado, nem aprendido. Ela apenas é mostrada no comportamento humano, na interação e principalmente na compreensão, sendo papel da escola confiar na capacidade que qualquer ser humano aprende, sem limites.
Como uma onda no mar.

 O documentário Pipas no Ar me encantou!  O tratamento com o tema Sexualidade escancarou a necessidade da Orientação Sexual na escola deixar de ser "apaga fogo", a fim de elaborarmos de fato um compromisso com um projeto envolvendo o tema, o que eu nunca havia feito até então.
Ao refletir sobre a Alfabetização e a Criatividade no módulo 5, impulsionou a pensar sobre a minha prática diária. Cagliari é eficaz ao afirmar que o melhor método de trabalho deve vir da experiência baseada em conhecimentos sólidos e profundos. Quantas vezes me perguntei: será que tais intervenções são adequadas para que este aluno avance? Para responder busquei e ainda busco nas Literaturas, nas trocas de experiências e nas Tecnologias possibilidades e de repente... insight! Ainda não exercitei o desafio da concentração de dez minutos diários para revigorar o corpo e a mente - uma espécie de matéria prima para a Criatividade. Resta-me experimentar a dica para extrair mais insights. Tentarei, pois lecionar num mundo cercado de Tecnologias e Informação usar e abusar da Criatividade no ofício de professor é um dos pré-requisitos fundamentais, desde o plano de aula mental ao executável.
Enfim, foram semanas de muitas leituras, reflexão, trabalho, trocas de experiências e emails e “terapias pedagógicas” via bate-papo.
Reconheço, respeito e agradeço profundamente nosso grupo pelo crescimento profissional que tive(mos). Desta oportunidade, como dizia Paulo Freire, transformei meu espaço pedagógico em um texto, para ser constantemente lido, interpretado, escrito e reescrito. Eis aqui parte desta (re) leitura.
 E para não perder o “fio da meada”, ops, da música testifico,

Nada do que foi será. De novo do jeito que já foi um dia. 
Com carinho,

Luciana Apolonio Rodrigues Carneiro
Turma 7 / Bauru - SP

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