memoriaspedagogicas.blogspot.com

Este Blog tem a intenção de registrar e compartilhar as minhas práticas pedagógicas, além de me fazer (re)ler, interpretar e (re)escrever a minha história profissional.

sábado, 21 de julho de 2012

Professor, eterno aluno II

Nada do que foi será. De novo do jeito que já foi um dia.

Retomo minhas experiências no curso Práticas Educacionais Inclusivas, turma 7,  parafraseando a música Como uma onda, de Lulu Santos. Essa música traduz exatamente meu percurso e remete meus sentimentos durante as minhas leituras que provocaram as mesmas indagações em todos os módulos e capítulos: ”Nunca pensei nisso antes... E por quê? ”

Tudo passa. Tudo sempre passará.

 

Esses porquês fizeram-me retomar ao passado a fim de refletir a qualidade da minha formação inicial, a começar no módulo 1, capítulo 1: “Não me recordo da cronologia histórica da Educação Especial. Será que tive esta aula? “

 

A vida vem em ondas como um mar. Num indo  e  vindo  infinito.

 

Em relação às formações continuadas, este curso Práticas Educacionais Inclusivas, foi o primeiro que cursei da área da Educação Especial. Informo que a falta de oportunidade nunca foi e nem é o motivo, ao contrário, sempre nas ofertas da Secretaria Municipal da Educação eu dava prioridades a outros tipos de cursos por de repente acreditar e minimizar a Inclusão apenas ao fato de aceitar o aluno e dar atividades adaptadas. Hoje sei que não é exclusivamente isso. Incluir não é somente aceitar a presença de alunos com e sem laudo, mas precisamente acreditar que o que temos em comum é que somos diferentes, que não aprendemos ao mesmo tempo e que não temos as mesmas habilidades.

São essas diferenças que nos une e nos complementa. Nossa tutora, ao conduzir com excelência a turma 7, exercitou a teoria estudada, evidenciando ao grupo por meio de bate-papo, correio e fórum o respeito a cada integrante na sua individualidade,  nos fazendo capazes de manipular com segurança o ambiente TelEduc e principalmente executar as tarefas propostas. Creio que se ela não tivesse tido essa postura contextualizada a teoria, hoje eu não  estaria fazendo este relato.

Aproveito o espaço e registro aqui para as professoras Vera, Sandra e em especial Kátia, meus agradecimentos pela oportunidade, aprendizado, paciência e disposição em compartilhar seus conhecimentos e experiências. Também registro minhas desculpas pela falta de pontualidade em algumas situações e perdão pelos meus equívocos.

 

Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo. Tudo muda o tempo todo no mundo.

 Amparada na teoria da Psicologia Histórico-Cultural, as leituras e as interações me fizeram estar numa zona de desenvolvimento proximal.  As citações do módulo 3, especificamente no texto Projeto Político Pedagógico na Perspectiva da Educação Inclusiva evidenciam tal sensação: “A inclusão escolar só se efetivará com qualidade, se medidas administrativas e pedagógicas forem tomadas pela equipe gestora do sistema e da escola. ”  ,“Os diretores escolares são peças-chaves no contexto sociopolítico para garantir a implementação de uma escola inclusiva.” e  “ (...) que o diretor seja um membro de apoio com a qual professores, funcionários, alunos e comunidade possam efetivamente contar.”. Tais afirmações me fizeram (re)pensar numa ótica que causou-me certo estranhamento; talvez por atribuir de forma camuflada que eu mesmo não fazia a inclusão do diretor nesse processo de inclusão escolar, transferindo diretamente de forma única e exclusiva a responsabilidade da prática da inclusão para nós professores, o que é um equívoco.

Os Estilos de Aprendizagem, a Tecnologia Assistiva, a Flexibilização Curricular e o Ensino Colaborativo foram conceitos novos, desconhecidos, mas que fragmentos da sua essência já se faziam presente na minha prática, por sempre buscar conforto e orientação de ações pedagógicas nas colegas especialistas da Sala de Recurso. Uma espécie de fazer, mas sem saber o que fazia.

Não adianta fugir, nem mentir
Pra si mesmo agora. Há tanta vida lá fora. Aqui dentro sempre.

 

Lendo e refletindo os conceitos abordados no texto “Fundamentos para uma educação na diversidade” endosso que a retomada de certos conceitos deve ser frequente no cotidiano escolar, metaforicamente como uma onda...

 

Como uma onda no mar.

 

É aquela questão de que o óbvio tem que ser dito sempre, e principalmente quando nós professores, de forma imperceptível, demarcamos as possibilidades de desenvolvimento com o uso de atividades que sinalizam mais as impossibilidades dos que as possibilidades dos alunos.
Quando o texto oferece como exemplo as exposições estereotipadas de culturas diferentes, o autor evidencia com clareza a realidade das escolas. É intrigante falar sobre a diversidade cultural uma vez que somos genuinamente oriundos de uma cultura multirracional! O que temos em comum é o fato de sermos diferentes e essas diferenças envolvem vários aspectos: social, intelectual, físico, afetivo e também profissional.

Como uma onda no mar.

A Ética tratada em um dos módulos fortaleceu uma opinião particular de que ela não é algo que pode ser ensinado, nem aprendido. Ela apenas é mostrada no comportamento humano, na interação e principalmente na compreensão, sendo papel da escola confiar na capacidade que qualquer ser humano aprende, sem limites.
Como uma onda no mar.

 O documentário Pipas no Ar me encantou!  O tratamento com o tema Sexualidade escancarou a necessidade da Orientação Sexual na escola deixar de ser "apaga fogo", a fim de elaborarmos de fato um compromisso com um projeto envolvendo o tema, o que eu nunca havia feito até então.
Ao refletir sobre a Alfabetização e a Criatividade no módulo 5, impulsionou a pensar sobre a minha prática diária. Cagliari é eficaz ao afirmar que o melhor método de trabalho deve vir da experiência baseada em conhecimentos sólidos e profundos. Quantas vezes me perguntei: será que tais intervenções são adequadas para que este aluno avance? Para responder busquei e ainda busco nas Literaturas, nas trocas de experiências e nas Tecnologias possibilidades e de repente... insight! Ainda não exercitei o desafio da concentração de dez minutos diários para revigorar o corpo e a mente - uma espécie de matéria prima para a Criatividade. Resta-me experimentar a dica para extrair mais insights. Tentarei, pois lecionar num mundo cercado de Tecnologias e Informação usar e abusar da Criatividade no ofício de professor é um dos pré-requisitos fundamentais, desde o plano de aula mental ao executável.
Enfim, foram semanas de muitas leituras, reflexão, trabalho, trocas de experiências e emails e “terapias pedagógicas” via bate-papo.
Reconheço, respeito e agradeço profundamente nosso grupo pelo crescimento profissional que tive(mos). Desta oportunidade, como dizia Paulo Freire, transformei meu espaço pedagógico em um texto, para ser constantemente lido, interpretado, escrito e reescrito. Eis aqui parte desta (re) leitura.
 E para não perder o “fio da meada”, ops, da música testifico,

Nada do que foi será. De novo do jeito que já foi um dia. 
Com carinho,

Luciana Apolonio Rodrigues Carneiro
Turma 7 / Bauru - SP

segunda-feira, 16 de julho de 2012

De Leitor a Autor


Excelentíssimas crianças; Se eu fosse vocês, a primeira coisa que eu pediria à professora ao entrar na sala de aula pela manhã seria: “Professora, leia uma história para nós.” Não existe  melhor maneira de começar um dia de trabalho ! E no final do dia quando a noite chega meu pedido ao adulto mais próximo seria: “Por favor, conte uma história para mim.” Não existe melhor maneira de escorregar pelos lençóis da noite. Mais tarde, quando vocês já forem grandes, lerão para outras crianças aquelas mesmas histórias. Desde que o mundo é mundo e que as crianças crescem, todas estas histórias escritas e lidas têm um nome muito bonito: literatura.   (Daniel Pennac,1999)

     A leitura de histórias aproxima a criança do universo letrado e colabora para a democratização de um dos  nossos mais valiosos patrimônios cultural: a escrita. Sendo assim, é importante favorecer o contato das crianças com as histórias e a ampliação do repertório. Isso só é possível por meio do contato regular das crianças com os textos e de suas participações freqüentes em situações de contação e leitura.
   
 Sabemos que nós professores somos os principais agentes na promoção dessa prática e a escola o principal espaço para isso. E para efetivar tal situação, o Projeto de Leitor a Autor surgiu com a finalidade de propiciar a ampliação do universo da literatura  infantil. 

   Na verdade não é o hábito de leitura que se buscou, pois hábitos tendem a serem impostos e a imposição na educação caminha em geral para a rejeição. O que se pretendeu foi o encantamento para o gosto pela leitura. 



      Para maiores detalhes deste trabalho, acesse o link  Artigo científico A Tecnologia Como Um Elemento No Estímulo À Leitura

domingo, 15 de julho de 2012

Professor, eterno aluno


“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.”  Paulo Freire


Ainda que muitos não percebam, vivemos momento de profundas transformações, onde não se sabe ao certo para onde se caminha e nem qual o caminho a trilhar.
Diante de tudo isso somos frequentemente remetidos a (re)pensar nossos valores e atitudes. Afinal, se todos nós seres humanos somos eternos alunos da escola da vida, o que dirá o professor da instituição escola? Na minha absoluta certeza todos os profissionais da categoria docente concordarão; somos eternos alunos, pois as oportunidades de aprendizado são infinitas. Não se concebe ser professor sem antes ser aluno.
Em meio as circunstâncias de ser aluna, partilho a experiência em retornar ao Museu da Língua Portuguesa. Queria que todo professor tivesse a oportunidade de estar lá. De se permitir deixar as palavras entrar, de sentir na pele o nosso patrimônio maior: idioma. Idiomaterno!


Para aqueles que desejam ver ao vivo a história do Brasil a partir de suas raízes o Museu Afro Brasil é uma boa pedida.  E aqueles que desejam ver ao vivo e a cores obras que elevam talentos brasileiros, opções é que não faltam em São Paulo. Fica a dica ou quem sabe um convite!





sexta-feira, 13 de julho de 2012

Olimpíada do Alfabeto: Jogos e Tecnologia como recurso de preparo e disputa

     A organização do trabalho pedagógico proposta para as turmas de 1° ano é caracterizada como uma classe de aprendizagem lúdica, focada no processo de aquisição da leitura e da escrita e também na apropriação de conceitos e procedimentos relativos às diversas áreas do conhecimento. 
   É sabido que atividades que envolvem jogos atendem de forma significativa a faixa etária desta turma, bem como os conteúdos curriculares propostos. Portanto, estudar o alfabeto fazendo uso de recursos tecnológicos e lúdicos possibilita um clima prazeroso e desafiador para apropriação do conjunto de ordem e/ou disposição convencional das letras de uma língua, especificamente a língua portuguesa. Assim, surge a I Olimpíada do Alfabeto, cuja intenção é promover a mobilização da família do(a) aluno(a) incentivando e estimulando a participação em atividades cuja intenção é identificar as letras do alfabeto em situações diversas.


       Como qualquer competição, há a necessidade de se escancarar em público as regras do jogo por meio de um edital e de principalmente preparar previamente os participantes para as disputas. Neste trabalho não foi diferente. Parte do preparo concentrou-se na casa do aluno(a) com apoio da família que recebeu o Kit do Alfatleta (uma composição de letras móveis, prancha e manual com sugestões de atividades) e na escola no  laboratório de informática com uso de objetos de aprendizagem que visavam fortalecer os pré-requisitos para as dispustas. Para o aquecimento dessas atividades, inicialmente foi utilizado visitas no site ABC Bebelê. Este sítio expressou em larga escala interesse e a preferência dos alunos, pois ele apresenta um alfabeto animado fazendo referências corporais, permitindo assim a imitação e concomitantemente facilidades na apropriação do conteúdo estudado. Para fortalecer a diferença entre letras e números, vários vídeos selecionados do youtube serviram como apoio. Os jogos dos sites Smartkids ( Alfabeto 1 e Alfabeto 2 ) e Escolagames ( Alfabeto de Sabão e Aprendendo o Alfabeto ) proporcionaram reflexão sobre a escrita por meio dos objetos de aprendizagem que objetivavam  associar a figura à letra inicial.   

   
    A fim de fortalecer os  estudos em casa os links dos vídeos e dos jogos utilizados no laboratório de informática da escola foram disponibilizados na SAV (Sala de Aula Virtual) do portal da escola, onde os alunos, pais e/ou responsáveis tem fácil acesso.



    Para contar com a presença efetiva do grupo de alunos nas datas das disputas, foi disponibilizado um cronograma com as atividades competitivas. Essas atividades foram divididas em três fases com dificulades gradativas de forma crescente: Fase 1 que consistiu em perceber a ordem alfabética por meio de uma Trilha. 



     A Fase 2 que objetivava em reconhecer as letras do alfabeto e associá-la a sua forma gráfica através do Jogo da Memória. 

     A Fase 3, única caracterizada por tempo cronológico com o jogo Pegue o vizinho da frente  na intenção de fortalecer a ordem alfabética. Conforme regulamento do edital, o capítulo V, art. 6°, houve  premiação com a medalha aos participantes classificados em 1°, 2° e 3° lugares. 



   Por iniciativa própria decidi contemplar o restante do grupo com a uma singela homenagem a fim de reconhecer o mérito das participações e tentativas (Participação de Ouro), afinal sem elas não teria concretizado a Olimpíada do Alfabeto. 
    Para avaliar a qualidade dessa proposta de trabalho, utilizei como instrumento um jogo  denominado Alfabeto que tem por objetivo dispor de duas formas diferenciadas as letras do alfabeto  na qual o sujeito tem que organizar a sequência alfabética. Considerando a intenção educativa dessa atividade avaliativa, destaco que houve um número grande de alunos com sucesso neste jogo. Impressionou-me que após a atividade,de forma espontânea,  os alunos  elegeram o tempo de execução como o  principal desafio, ou seja, quem organizasse as letras seguindo a ordem alfabética em tempo menor era o vencedor. 

 
     Por meio de observação e registros avaliativos das disputas, percebi que o reconhecimento das letras e o domínio da sequência alfabética por parte dos alunos foi expressivo, sendo este o maior troféu desta proposta de trabalho e também findando o que os teóricos endossam: quando as atividades escolares se tornam significativas, o sucesso é consequência.  







 


quinta-feira, 12 de julho de 2012

ConFABULAndo no 1° Ano "A"

     Certo dia a professora Coruja propôs aos alunos da Escola Animal um desafio: fazer um CD de contação de fábulas com os próprios alunos. Ela justificou a escolha deste gênero pelo fato de ser uma  narração breve, que atende ao perfil das crianças da faixa etária de 5 e 6 anos e principalmente por ser utilizada pelo homem desde o período mais distante como um apoio ou elemento simbólico para expressar seu conhecimento de mundo e as relações humanas.
     De comum acordo, decidiu-se planejar as etapas para a confecção do CD. A primeira e mais importante delas seria ter um acervo mental das fábulas, afinal, nenhum cantor grava um música sem saber cantá-la e selecioná-la previamente.
     Os alunos ficaram eufóricos com a ideia, afinal iriam gravar um CD como Justin Bieber, exceto a Preguiça que nem se quer se manifestou.  Em compensação as  Abelhas Gêmeas, essas que por natureza são já abelhudas, foram com muita sede ao pote, ops, a cesta de livros de fábulas. Queriam pegar todos de uma única vez. Precisou da intervenção da professora Coruja.
    Já os Macaquinhos, filhos do Seu Macaco Aranha,  levaram o desafio na brincadeira e não é que ficou gostoso para eles. De galho em galho eles deram conta do recado. 
      As Tartarugas com o seu ritmo, como dizem as más línguas devagar quase parando, também participaram a sua maneira e deram suas contribuições. Somente a Raposa que se gabava a mais preparada de todos da turma levou uma rasteira do Leão e aprendeu a lição. 
      Passada a etapa da leitura, o grande dia chegou: a gravação do CD. Tensão, nervosismo e descontração foram sentimentos presentes, mas que a professora Coruja soube contornar sutilmente. As Formigas, sempre muito prestativas e trabalhadeiras ajudaram a professora no preparo de CD com toda a parafernália de equipamentos. 
       Gravação feita, restava apenas a preparação da capa do CD. Nisso as Lebres foram rápidas. Mas como a professora Coruja gosta de capricho alertou seus alunos:
      - Quem tem pressa come cru e quente. 
        Concentrados na atividade, a turminha da Escola Animal preparava tudo com muito carinho. De repente de forma discreta a Tartaruga, aquela que ninguém dava nada, sugeriu fazer um exposição com todos os CDs da turma para os moradores da floresta apreciar os talentos de toda a bicharada. Foi unânime a aceitação. 
         Além da exposição, sabe o que rendeu tudo isso: o CD ocupou primeiro lugar nas paradas de sucesso da Rádio Claudete Vecchi.






quarta-feira, 11 de julho de 2012

Saber e Sabor

                                                                   
"Por mais humilde que seja, um bom trabalho inspira uma sensação de vitória." Jack Kemp
           
            
           Com muita satisfação que compartilho um projeto que  durou meses, mas que deixou contribuições relevantes. Não sei se posso julgá-lo como finalizado, pois a possibilidade de continuidade nas casas dos alunos ainda é considerável. 
Em virtude dos depoimentos familiares confesso que o propósito em oportunizar e incentivar comportamentos alimentares saudáveis me permitiu e ainda permite pensar ter atingido com excelência os objetivos propostos.
Seria hipócrita se afirmasse que tudo o que planejei executei. As dificuldades surgidas no decorrer do projeto causou a impossibilidade de realização de algumas ações sim, mas o esforço em superá-las e ou substituí-las foi maior, garantindo ao grupo dos 1° anos “A” “B” e ”C” a finalização do Projeto Saber e Sabor com uma Mostra Gastronômica à altura. 
Reforço que cultivar exigiu muitos valores, dentre eles destaco a responsabilidade no zelo com nosso canteiro. Ótima oportunidade para as crianças vivenciarem, concorda?
 Na minha mente tenho vivo o encantamento das crianças no contato com a terra, no desabrochar das mudas, na retirada das cenouras e na degustação do Sorvete de Beterraba que possibilitou mudança de opiniões sobre este tubérculo. O unânime bis da Fanta Caseira com o Molho de Rabanete com bolacha de água e sal também merecem destaque.
- Hum! Tem repetição! – diziam as crianças na hora da culinária.
Que saudade dessa experiência! Que saudade dessa turma! Aliar essa temática aos conteúdos curriculares e a organização pedagógica das turmas de 1° ano, caracterizada como uma classe de aprendizagem lúdica,   proporcionou benefícios pedagógicos nas mais diversas áreas do conhecimento. Incluem-se nele os avanços hipotéticos sobre o sistema de leitura e escrita. 
Enfim, saber e saborear foram culminantes para a trajetória deste trabalho e se o velho ditado popular diz que uma imagem vale mais que mil palavras, o vídeo a ser exibido apresentará parcialmente os principais momentos  dentre os  aproximados quinhentos registrados por mim. 



Modelagem e TICs: uma parceria literalmente animada

      
       Segundo dados estatísticos, o Brasil ocupou a 53º posição no ranking do exame feito pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), que avaliou em 2009 o conhecimento de 470 mil estudantes em leitura, ciências e matemática de 65 países. Leitura foi a área que teve maior ênfase e os estudantes da escola pública não alcançaram resultados tão desejáveis. A escola pública, preocupada em oferecer maior qualidade no ensino, tem buscado nos últimos anos melhorias em suas condições, desde a formação continuada à estrutura física e material. Projetos didáticos são práticas incentivadas e freqüentes, bem como a implantação e utilização da Informática Educacional, que permite aliar as experiências pedagógicas em ambientes diferenciados. As experiências de leitura no plano virtual geralmente são caracterizadas pela presença de sonoridade e efeitos visuais que provocam, atraem e contagiam seu público, principalmente as crianças, permitindo uma situação convidativa à adoção de hábito e/ou gosto pela leitura.
As Histórias em Quadrinhos (HQs) além da popularidade e da forte presença da imagem são consagradas com facilidade pelo público estudantil e permite parcerias com as TICs em diversas situações pedagógicas. Entre as inúmeras opções existentes do mercado, a Turma da Mônica, personagens criados por Mauricio de Sousa, configuram-se na escola como um instrumento educativo, que mediado por ações teóricas e práticas e unido aos aspectos ambiental, moral, corporal, musical, cultural em especial o literário, tornam-se um importante meio de disseminação de leitura. As HQs são uma espécie de ponte entre as áreas de conhecimento: Arte e Literatura. Para alimentar essa união, agrega-se neste trabalho a Tecnologia. Seus recursos vão desde a projeção à criação. A aglutinação dos benefícios das HQs, da ludicidade das massas de modelar e das TICs possibilitou a animação de modelagem – produto final do Projeto Lendo Quadrinhos, cuja intenção foi ler sem dominar a leitura convencional.
O uso da câmera fotográfica digital, a preparação do áudio com o programa Audacity e a organização desses elementos no Windows Movie Maker, permitiu a dinâmica do trabalho denominado Cinegibi, versão 1° anos. Nesse processo de confecção da animação da modelagem os alunos demonstraram interesse pelas HQs e durante as etapas de produção manifestaram satisfação e ansiedade para a visualização do produto final.
No entanto, vale ressaltar que com as situações de leitura oportunizadas durante o projeto obtiveram-se excelentes resultados, tais como o aumento do interesse pelos gibis e a aquisição frequente deles, conforme depoimentos de responsáveis durante a avaliação do projeto. 
  Também foi utilizado como divulgação dessa experiência, o espaço virtual do site Youtube, sendo assim mais um canal de comunicação e expressão dos alunos, familiares e comunidade sobre os benefícios e experiências com a leitura, modelagem e as TICs. Veja o produto final deste projeto acessando 

 




Informo que esta experiência foi sistematizada na forma de artigo científico e está disponível no link Modelagem e TICs uma parceria literalmente animada
       

Piquenique de Leitura


“Um livro infantil, para o quarto de uma criança, é um objeto tão importante e mais indispensável do que o berço".    Friedrich Bertuch


O Piquenique de Leitura tem como intenção aproximar alunos e familiares de um suporte que desempenha um papel importante na formação do ser humano: o livro.
É por meio do livro que se incrementam as atividades escolares, provoca-se o ato de ler, desencadeiam-se sentimentos, contribui-se com informações culturais e instiga a imaginação.
Há um ano iniciei esta ação inspirada na ideia da professora Nilza. Analisando os resultados informo que os depoimentos das experiências familiares no caderno de registro são interessantes e importantes para eventuais ajustes, mas o comportamento das crianças diante da espera supera minhas expectativas, sendo o suficiente para a continuidade desse piquenique. Destaco que quando o registro é feito pelo(a) aluno(a) minha alegria transborda. Afinal, é uma situação concreta da função da escrita na nossa sociedade, e o melhor de tudo é que ela surge de forma espontânea.
          Reforço que até o presente momento não houve livros extraviados e/ou danificados. Apenas marcado. “As marcas do leitor”, como dizia a colega Alessandra. Penso que tem coisas na vida que só se aprende fazendo. É o famoso caso da bicicleta. Só se aprende andando, concorda? Eu também acredito que se aprende a cuidar de livros levando e trazendo da escola para casa e de casa para escola, não deixando eles exclusivamente nas prateleiras das salas de leitura sobre a vigilância da professora.
            Para compartilhar esta experiência de sucesso, relato de forma breve a sequência didática:

    1- No mesmo dia previamente estabelecido fiz a apresentação da Cesta de Piquenique para os alunos na roda da conversa e para os pais e familiares, a fim de frizar as regras e combinados para o sucesso da ação.

    2- A cada retorno da cesta faço a leitura do caderno de registro na roda da conversa e em seguida decidimos quem será o(a) próximo(a) aluno(a) a levar para casa. 


Fica a dica! E se por ventura surgir opiniões  a respeito gostaria que dividissem comigo.
Gosto de apreciar outros pontos de vista, especialmente aqueles que preciso ser convidada.  

terça-feira, 10 de julho de 2012

Memórias sim, lembranças não.


A história nos deixa presentes. Entre os presentes que deixa, os registros estão entre os mais belos. O que ganhamos de alguém é um presente, e talvez assim se chame porque simboliza a presença de quem nos deu. Mas presente é também o lugar do tempo em que estamos: entre o passado que já se foi e o futuro, que ainda não chegou.”  (TASSINARI, ALBERTO PEQUENO. GUIA BERLENDIS DE HISTÓRIA DA ARTE-DO RENASCIMENTO AO IMPRESSIONISMO ATRAVÉS DAS OBRAS DO MASP  1995.)

Muito antes de chegarmos ao mundo nossa a história é escrita. As gestantes e as equipes médicas  são  provas concretas desse fato, pois a gravidez é contada semana a semana até o grande dia. Literalmente grande dia, pois a nossa história física surge a partir daí.
Cotidianamente a nossa linha do tempo passa a ser completada com tantas circunstâncias e experiências que mal percebemos o tanto quanto já fomos registrados. Tente quantificar os lugares em que sua presença foi marcada em certidões, diplomas, certificados, atestados, registros, imagens, agendas, diários... muitos, não é?
Registrar é algo humano! Vygotsky endossa isso:  “O que diferencia o homem do animal é o exercício do registro da memória humana”. Professor é um agente de uma história compartilhada por dezenas de alunos e, nesse percurso, há marcas.  
Pensando em não deixar mais a minha história pedagógica para trás resolvi acentuá-la por meio deste ambiente. Não quero mais lembranças. Quero memória!  

Luciana Apolonio Rodrigues Carneiro